Educação

Como a população carente está estudando durante a pandemia

A pandemia do Novo Coronavírus, evidenciou a desigualdade social no país. Por causa do Covid-19 escolas suspenderam as aulas presenciais e começaram a buscar outras maneiras de manter o processo de ensino-aprendizagem durante a quarentena. A maioria optou pelo uso de aplicativos e outras plataformas on-line. No entanto, esta opção adotada pelas escolas serviu para evidenciar ainda mais a desigualdade social e as dificuldades encaradas por alunos e professores de colégios públicos, com isso, ficou difícil entender como a população carente está estudando durante a pandemia.

O acesso à internet ainda é limitado, além disso, outros fatores contribuem para que a dificuldade só aumente. Em alguns locais faltam computadores, espaço na casa, há problemas financeiros, e algo que muitas vezes não é lembrado: a baixa escolaridade dos pais.

O fato chama a atenção, já que por meio do ensino remoto os alunos precisam da ajuda de alguém, enquanto o professor não está acompanhando o aluno presencialmente, cabe aos pais ou tutores o papel de auxiliar o estudante. O que se pode notar é que em alguns casos essas pessoas não tiveram estudo suficiente nem mesmo para acompanhar os filhos nas tarefas escolares.

Dificuldade para organizar seus estudos online

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Educação a Distância, a ABED, a respeito das atividades remotas na educação durante a pandemia do novo Coronavírus mostrou que essa adaptação não tem sido fácil. O levantamento apontou que 67% dos alunos reclamam de dificuldades em organizar e colocar em prática rotina diária de estudos.

Para alguns alunos é difícil entender e conseguir separar determinado horário para assistir a aula sem que pense em fazer outra coisa. A dispersão tem feito parte de boa parte dos estudantes que têm dificuldade em manter a concentração nas aulas online.

A falta de computador e acesso à internet

Os próprios alunos entrevistados na pesquisa relataram essas dificuldades e outra chamou atenção: a falta de computador e acesso à internet. Nos jornais foi possível acompanhar a saga de alguns professores que se desdobravam para garantir que aqueles que não tinham acesso a computadores e à rede pudessem receber o material impresso em suas casas. Esse trabalho contribuiu para todos verem como a população carente está estudando durante a pandemia. Todos tiveram que se adaptar e sofrem mais o que tem menos. Neste caso, a desigualdade social no Brasil se mostrou mais forte e, por vezes, assustadora.

A mesma pesquisa ainda revelou que cerca de 29,2% dos alunos entrevistados relataram dificuldade com a conexão da internet, devido ao sinal das operadoras. Nestes casos, uma boa ideia seria o uso de uma conexão que fosse capaz de trazer uma solução pensada exatamente para a necessidade do estudante. Como é o caso da Tecnet que oferece uma velocidade maior capaz de atender os alunos e professores.

George Catunda, diretor da ABED e coordenador da pesquisa, disse em entrevista ao site Istoé Dinheiro que “não cabe mais o estudante não ter acesso à internet, assim como professores. Devemos defender o acesso de boa qualidade e de preço acessível para todos, principalmente nas faixas mais vulneráveis”, afirmou.

Como a população carente está estudando durante a pandemia sem os equipamentos básicos?

Enquanto alguns sentem falta apenas da rotina escolar, outros tentam vender algo para adquirir um celular para estudar. Em algumas casas é um único aparelho para todos os filhos. Em outras nem isso. Há quem tenha visto o menino que fez uma banquinha para vender aviões de papel e juntar dinheiro para comprar um aparelho celular e assim, poder participar das atividades escolares. Esta é a forma de como a população carente está estudando durante a pandemia

Falta dinheiro, muitas vezes falta saúde, falta apoio, mas não falta vontade de aprender. São pessoas que estão se apegando aos estudos como forma de tentar fugir da realidade nua e crua em que vivem. Encontram no ensino uma maneira de tentar mudar a vida na qual nasceram e ainda estão.

Na América Latina a pobreza e a pobreza extrema chegaram a níveis que não eram observados nos últimos 12 e 20 anos, respectivamente. A informação é da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, CEPAL. De acordo com a pesquisa, os índices de desigualdade e a taxa de desemprego aumentaram consideravelmente, apesar de existirem medidas de proteção social emergenciais, como o Auxílio Emergencial no Brasil, usadas na tentativa de diminuir este problema.

No país, grande parte da população ainda sofre com o abalo ocasionado pela pandemia. Falta emprego, a saúde entrou em colapso, postos de saúde e hospitais mostraram sua fragilidade assim como a rede de saúde de um modo geral. A pandemia atingiu diversas áreas, não somente a escolar, apesar desta ter sido destaque devido à dificuldade enfrentada pelos alunos. O surto ainda não acabou e muita gente ainda pensa em como a população carente está estudando durante a pandemia. Mas com a chegada da vacina e o aumento do número de vacinados, este cenário tende a mudar pelo menos no quesito educação. Em algumas cidades de alguns estados as aulas já estão voltando a todo vapor, o que contribui para uma melhor aprendizagem dos alunos e diminuição de desistência por parte de alunos.

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