Saúde e Beleza

Linfedema nas pernas: o que é e como tratar

Assim como o sistema de circulação sanguínea, existe em nosso corpo um outro complexo de transporte de substâncias muito importante chamado sistema linfático. Ele é constituído por vasos e gânglios que se distribuem por todo o corpo.

A linfa é um líquido incolor composto de água, proteínas, gorduras e resíduos provenientes das células que circula nos vasos linfáticos e transporta também os glóbulos brancos, estes os responsáveis pela defesa de nosso organismo.

Problema neste sistema podem causar obstruções que criam inchaços nas pernas que são chamados linfedemas nas pernas.

Os vasos linfáticos geralmente acompanham o trajeto das veias, são microscópicos e se distribuem como linhas de trem de ferro que desembocam em estações chamadas gânglios ou também conhecidas como ínguas.

As ínguas, por sua vez, recebem essa linfa carregada de glóbulos brancos que é responsável pela defesa do nosso organismo contra elementos estranhos, principalmente vírus e bactérias.

É por essa razão que quando temos uma inflamação em algum local do nosso corpo surgem inchaços nestes pequenos gânglios.

Quando algum problema acontece com os vasos linfáticos, ocorre alguma lesão, se são removidos ou há uma obstrução que dificulte a passagem da linfa, ela se acumula nos tecidos moles do corpo, geralmente extremidades inferiores ou superiores, causando o aumento no volume dos braços e pernas afetadas.

No começo, o linfedema é de consistência mole, porém com o tempo, em estados avançados, ele se torna endurecido e irreversível.

Qual a origem dos linfedemas?

Existem vários motivos que podem levar ao linfedema. Processos infecciosos que causam entupimento dos vasos linfáticos, popularmente conhecidos como erisipela ou flebite é um deles.

Os linfedemas são classificados em primários e secundários.

Linfedemas primários

Os linfedemas primários são aqueles congênitos, que se caracterizam pela má formação das vias ou dos gânglios linfáticos ou a total ausência delas.

Ele geralmente aparece antes dos 35 anos de idade na maioria dos afetados e sem um motivo, lesão ou trauma. A pessoa já nasce com o problema, que aparece com o tempo.

Linfedemas secundários

Os linfedemas secundários são aqueles em que se sabe sua origem e elas podem ser muitas, como por exemplo:

No membro superior, o linfedema mais comum surge geralmente após a ressecção de mama devido a tumores malignos.

Geralmente ele ocorre quando é realizado o esvaziamento e a retirada dos gânglios linfáticos da axila para eliminar a chance de proliferação (metástase) de células cancerígenas.

Casos de doença avançada das varizes, traumatismos dos vasos linfáticos, inclusive pós-cirurgias são situações menos comuns de linfedema, mas existem.

No Nordeste do Brasil existe um mosquito (Culex quiquefasciatus) que pica o indivíduo e inocula uma larva que pode chegar a entupir o sistema linfático e obstruindo-o. Isto causa um edema linfático, chamado filariose linfática, antigamente chamada elefantíase.

Outros problemas da mesma natureza, a partir de lesões, podem acontecer. Um problema na pele pode servir de entrada para bactérias pelo sistema linfático e causar inflamações.

Uma das vias mais comuns são as frieiras nos pés, porém qualquer machucado nas pernas pode ser a origem de problema linfáticos.

Quais são os sinais do linfedema?

Alguns sintomas devem ser levados em consideração na hora da avaliação. Sinais como inchaços nas pernas que pioram no final do dia pode ser um deles.

Ele pode acontecer e um nos dois membros inferiores e, se mesmo depois de uma noite de repouso, ele não desincha é realmente preciso procurar ajuda profissional.

Diagnóstico do linfedema

Por exclusão, o médico vai formando seu diagnóstico. Ele vai excluindo os fatores que poderiam causar o inchaço, como hipertensão arterial, insuficiência renal ou hepática, anomalias na tireoide ou mesmo o uso de medicamentos.

Excluídas estas possibilidades, o profissional poderá pedir um ecodoppler colorido venoso para descartar a existência de lesões no sistema venoso.

Ao final do processo, para confirmar o diagnóstico de linfedema, é usada a linfocintilografia, um exame com contraste que permite a observação do fluxo linfático para saber se há obstrução ou lentidão deste.

Tratando o linfedema

Sendo uma doença crônica, para o linfedema existe apenas o tratamento paliativo e consiste basicamente em evitar seu agravamento.

Manter hábitos saudáveis que incluam exercícios e dieta equilibrada, elevar sempre que possível as pernas e o uso de meias elásticas costumam amenizar os sintomas. A drenagem linfática também ajuda bastante nesses casos.

Casos realmente graves precisam ser tratados com a chamada terapia física complexa, que alia uma série de técnicas como exercícios miolinfocinéticos, cuidados com a pele, drenagem linfática e medicamentos linfocinéticos.

Em casos extremamente graves a cirurgia pode ser indicada para a retirada do excesso de tecido formado.

Considerações

O linfedema é uma afecção que pode vir a ser muito grave, está claro, e deixar que o quadro se agrave não é o indicado.

Quando não tem origem genética, o preferível é que o quadro não se instale, e para isso preveni-lo com um estilo de vida saudável é o melhor caminho.

Equilíbrio na alimentação e regularidade nas atividades físicas são sempre a chave para um funcionamento regular do corpo.

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